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Compartilhamento na ponta dos dedos

Você precisa ir para o Rio e não quer gastar em passagens, um exemplo é o BlaBlaCar, comunidade de viagens compartilhadas que propõe a divisão de espaços dentro de automóveis – como condutor ou passageiro. Hoje, a plataforma que veio da França e desembarcou no Brasil em novembro de 2015, com mais de 21 milhões de downloads no mundo.

 

As caronas são realizadas por meio do site e do aplicativo. Segundo o diretor da empresa no Brasil, Ricardo Leite, a iniciativa surgiu quando o criador do app, o francês Frédéric Mazzella, queria viajar, mas não tinha carro. O aplicativo funciona por meio de cadastros dos condutores e passageiros, que dividem os gastos de uma viagem em comum, não gerando um rendimento para nenhuma das partes.

 

No aplicativo encontramos também a opção “Só para elas”, um mecanismo disponível para que mulheres possam  escolher viajar apenas em companhias femininas. Leite explica que a ideia nasceu da necessidade de algumas mulheres que apresentaram resistência ao app. “Elas se sentem mais propensas a compartilhar uma viagem se puderem escolher viajar somente com outras parceiras”, afirma Leite. Mas o receio não dura muito não, uma vez que ele afirma ser usado apenas na primeira viagem das mulheres. “A partir da segunda elas ganham confiança a fazer viagens mistas.”

 

Para o estudante de publicidade, Eduardo de La Vega, de 21 anos, a viagem feita a Campinas saiu muito mais barata do que se fosse de ônibus. Eu estava meio sem grana e precisava viajar sem gastar muito, eu já conhecia o BlaBlacar porque alguns amigos meus já tinham usado, então eu arrisquei ir. Ele ainda conta que ficou receoso em viajar com alguém sem conhecer, mas conversando com o motorista, aos poucos ganhou confiança.

Outro exemplo é o CouchSurfing, uma saída ideal para quem está sem grana e quer viajar. A plataforma possibilita hospedagem de graça em diversos lugares pelo mundo. A ideia veio do norte americano Casey Fenton, quando iria passar férias na Suécia e tinha pouco dinheiro. Foi ganhando espaço com o tempo, passando de, apenas, um site para um aplicativo.          

Na parte dos aplicativos, é estimado que tenham registrado mais de 3 milhões de usuários

Para o embaixador da CouchSurfing em São Paulo, Andy Nakamura, o crescimento da plataforma se deve a alguns fatores. “Eu acredito que a pessoa viaja de um modo diferente, onde o anfitrião acaba sendo o “guia” indireto do hóspede, isso atrelado também à combinação da crise financeira e a falta de grana dos jovens para pegar a estrada”.
         

100 mil

é o número de usuários cadastrados no Brasil. A plataforma que chegou ao país em 2013 conta com mais de 10 milhões no mundo todo

Para o geólogo Gabriel Cruz, de 26 anos, que viajou para Moscou, na Rússia, por meio da CouchSurfing, a anfitriã foi essencial para o “sucesso” da viagem. “Logo que cheguei a encontrei e uma estação de metrô, ela foi super gentil e parecia bem animada em me receber.” Ele conta que anfitriã indicou lugares turísticos e ainda a ensinou a andar pela cidade.

A relação de viagem é feita única e exclusiva entre hóspede e anfitrião. Devido a isso, Nakaramura ainda afirma que existe um modo de segurança para quem for viajar, “Tem a opção “Perfil Verificado”, onde o usuário faz uma doação de 50 dólares e ganha uma identificação de segurança. Como o pagamento é feito via cartão de crédito, é um sistema que garante aos usuários de outros locais que aquele perfil é seguro e aquela pessoa mora realmente no local indicado, parece meio doido, mas é uma segurança quando se vai em países longínquos como China, Austrália e Rússia”.

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